Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia
A Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia – APA Araguaia está localizada integralmente no município de São Geraldo do Araguaia, região sudeste do Estado do Pará, e tem por objetivo conservar e recuperar os ecossistemas ou parte destes, visando à melhoria da qualidade de vida das populações locais, através de programas e projetos de desenvolvimento sustentável.
Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia |
Esfera Administrativa: Estadual |
Estado: Para |
Município: São Geraldo do Araguaia |
Categoria: Área de Proteção Ambiental |
Bioma: Amazônia |
Área: 29.655 hectares |
Diploma legal de criação: Lei Ordinária Estadual nº 5.983, de 25 de julho de 1996 |
Coordenação regional / Vinculação: Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará - Ideflor |
Contatos: E-mail: (91) 3184-3614 |
Índice
Localização
A Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia – APA Araguaia está localizada integralmente no município de São Geraldo do Araguaia, região sudeste do Estado do Pará, entre as seguintes coordenadas geográficas: 06º03’00’’ a 06º23’00’’ de latitude Sul e 48º22’30’’ a 48º36’30’’ de longitude Oeste.
Como chegar
Ingressos
Não há cobrança de ingresso para entrar na APA.
Onde ficar
Objetivos específicos da unidade
Conservar e recuperar os ecossistemas ou parte destes, visando à melhoria da qualidade de vida das populações locais, através de programas e projetos de desenvolvimento sustentado.
Histórico
A Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia – APA Araguaia é uma Unidade de Conservação da Natureza de Uso Sustentável, localizada integralmente no município de São Geraldo do Araguaia, região sudeste do Estado do Pará.
A APA foi criada pela Lei Estadual nº. 5.983, de 25 de julho de 1996 e possui uma área com forma de um polígono irregular de 29.655,39 ha, medindo um perímetro de 287,1368 Km e conta com o Conselho Gestor instituído através da Portaria SEMA nº. 3.705, de 28 de dezembro de 2009. Tem por objetivo conservar e recuperar os ecossistemas ou parte destes, visando à melhoria da qualidade de vida das populações locais, através de programas e projetos de desenvolvimento sustentável.
Na área da APA, predominam propriedades privadas que têm como principal atividade produtiva a pecuária de corte extensiva, facilitada pelas características naturais – uma vez que a topografia apresenta certa suavidade – e conta ainda com três (03) comunidades: Sucupira, Ilha de Campo e Santa Cruz dos Martírios, estas duas últimas são ribeirinhas, localizadas na margem do Rio Araguaia. Parte de dois (02) Projetos de Assentamentos Federais também fazem parte da APA: “PA Tira-Catinga I” e o “PA Boqueirão”. As comunidades locais têm como principais fontes de renda a pesca artesanal, a agricultura e a pecuária.
A região onde hoje está situada a APA também possui um relevante significado à recente História Regional e do Brasil, por ser considerada a “base” da Guerrilha do Araguaia, movimento armado de ideologia comunista/socialista, que existiu entre o final da década de 1960 e meados da década de 1970, no século passado, durante o período do Regime Militar no Brasil.
Atrações
Na APA Araguaia, encontram-se sítios arqueológicos, cavernas, grutas, figuras rupestres, trilhas e cachoeiras. Pelo Rio Araguaia, que faz divisa com o Estado do Tocantins, é possível realizar visitações interessantes e conhecer as comunidades locais. O Araguaia, pedregoso e de forte correnteza, exige perícia e conhecimento prévio para navegação, razão pela qual o Órgão Gestor da UC aconselha avaliar com critério quem deve operar embarcações com destino à APA. No entanto, a recompensa é valiosa: pelo rio, se acessam alguns dos pontos mais bonitos da APA, como a famosa inscrição rupestre da Pedra Escrita e a Ilha dos Martírios (localizada no meio do Rio Araguaia) com inscrições em pedra datadas com mais de 8.000 anos (aproximadamente) que entre outras lembra o “Martírio de Jesus Cristo”.
Dependendo do período do ano, especialmente no verão, existem pontos do rio que propiciam a formação de praias, além dos pedrais.
A APA também conta com cachoeiras de elevada beleza cênica. Exemplos disso são “As Três Quedas”, “Riacho Fundo”, “do Spanner”, “do Honorato” e a “Sem-Nome”, bem como várias praias que se formam no Rio Araguaia durante o verão, a exemplo do “Remanso dos Botos”.
Aspectos naturais
Na hidrografia do município de São Geraldo do Araguaia destaca-se o rio Araguaia, a leste e sudeste, no limite com o Estado do Tocantins. Dentre os vários rios, córregos, ribeirões e grotas que o Rio Araguaia recebe, destacam-se alguns, como os ribeirões Perdidos e Gaúcho; córregos São Raimundo ou Bazarreto, Rico, Santo Antônio da Grota Vermelha e São Domingos; e os rios Itaipavas e Gameleira. No sentido centro-norte os rios vertem para o Tocantins, destacando-se os rios Sororó, Sorozinho e Cardoso. Os rios mais importantes são o Araguaia e o Sucupira e a drenagem encontra-se implantada em padrões sub-dendríticos e lineares que deságuam no rio Araguaia. O rio Araguaia é utilizado como principal via de acesso para os moradores de suas margens, pois permite a navegabilidade por embarcações de pequeno porte durante todo o ano. O rio Sucupira, associado à outros córregos, forma uma importante rede de drenagem envolvendo toda a área, servindo como fonte de abastecimento de água para as propriedades existentes. A região se destaca pelo potencial hidrelétrico, tendo em vista seu grande volume de água. Em uma área de aproximadamente 758.000 km2 a vazão média é de 68.400 m3/s.
Relevo e clima
Relevo
A APA Araguaia localiza-se imediatamente após a formação denominada de Serra das Andorinhas que compreende uma extensa e abrupta escarpa de falha, orientada segundo a direção NW-SE, com amplitudes variando de 250 a 300 metros. Esta escarpa é constituída por um conjunto de cristas e platôs com topos aplainados, suaves ondulações, vertentes retilíneas e côncavas, bastante ravinadas. A partir daí o relevo torna-se suavizado, plano a ondulado. Feições residuais ruiniformes, resultantes da dissecação diferenciada do relevo em função das diferentes litologias que o compõem, são observadas no topo dos platôs. Os vales profundos e adaptados a descontinuidades apresentam direcionamento concordante com a estruturação geral da região, em geral bem encaixados, como o igarapé Sucupira. A rede de drenagem é descrita como um padrão misto, variando de dendrítico a treliça, estabelecido principalmente pelos afluentes do Rio Sucupira. Localmente, desenvolvem-se drenagens paralelas na confluência do Rio Sucupira com o Rio Araguaia. Nas ilhas existentes ao longo do curso do Rio Araguaia e nas faixas de aluviões, são comuns planícies de inundação ou terraços, que designam o relevo de agradação.
Fauna e flora
Quando o assunto é biodiversidade, destaca-se a existência do Gavião-Real (Harpia harpyja) espécie ameaçada de extinção e considerada a maior ave de rapina do Brasil. Atualmente, esta espécie é tida como o principal bio-indicador desta Unidade de Conservação, motivo pela qual o IDEFLOR-Bio realiza o monitoramento da espécie, a fim de garantir modo de vida e reprodução adequados.
A região onde está localizada a APA Araguaia, devido principalmente ao relevo e ecossistemas terrestres e aquáticos, abriga grande variedade de espécies. Foi identificada boa parte das espécies da fauna a partir dos levantamentos para o Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra dos Martírios/ Andorinhas (Pesam), do qual a APA Araguaia faz parte do entorno. Dessa forma em 1999, foram identificadas 390 de aves, 90 de peixes, 52 de mamíferos, 35 de ofídios, sete espécies de quelônios, 23 de anfíbios e 15 de squamatas, sendo que, com outras espécies já levantadas, o número total das mesmas cifra-se em 572, das quais 25 estão na lista oficial das espécies ameaçadas de extinção, sendo 11 aves, 12 mamíferos, um ofídio e um squamata. Das 572 espécies encontradas, 72% foram avistadas nas formações florestais e 28% no cerrado.
Existem quatro mamíferos na região da APA Araguaia e o Pesam que são endêmicos da Amazônia: macaco-zogue-zogue (Callicebus moloch) , guariba (Alouatta belzebul), macaco-aranha (Ateles marginatus) e tatu-quinze-quilos (Dasypus kappleri). Existem também a jibóia (Boa constrictor) e a choca-água (Sakesphorus luctuosus).
Problemas e ameaças
Fontes
http://ideflorbio.pa.gov.br/area-de-protecao-ambiental-araguaia/