Parque Nacional das Araucárias
Nome da Unidade: Parque Nacional das Araucárias
Bioma: Mata Atlântica
Área: 14.930 hectares
Diploma legal de criação: Decreto s/n° de 19 de outubro de 2005.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos:
Tel: (46) 3262-5099
Endereço sede: Rua Dr. Beviláqua, 863, Centro
Palmas, Santa Catarina.
CEP 85.555-000
Índice
Localização
O Parque Nacional das Araucárias está localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Chapecó, na região Oeste de Santa Catarina, compreendendo parte dos municípios de Ponte Serrada e Passos Maia, a 512 quilômetros de Florianópolis.
Como chegar
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Ingressos
Ainda não está aberto para visitação.
Onde ficar
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Objetivos específicos da unidade
O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Como objetivo específico o Parna visava a “preservar os ambientes naturais ali existentes com destaque para os remanescentes de Floresta Ombrófila Mista, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico”.
Histórico
A colonização da região oeste catarinense aconteceu efetivamente após a década de 1930, porém anteriormente já havia sido palco de grandes movimentos políticos e sociais, como a Revolução Federalista (1891-1894) e a Guerra do Contestado (1912-1916).
A criação desta UC foi resultado de um esforço para garantir a conservação de fragmentos remanescentes da Floresta com Araucárias e dos campos de altitude, a vegetação da Mata Atlântica ameaçada pela ação antrópica. O Parna está inserido em uma região caracterizada pelo plantio de extensas lavouras de soja, trigo e milho, criação de gado extensivo, plantios de espécies exóticas, entre outros, que contribuem no desenvolvimento da economia local e regional. A área também é caracterizada pela presença de pequenas propriedades rurais e assentamentos da reforma agrária, que são responsáveis pela manutenção dos costumes e o modo de produção da agricultura familiar.
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) está desenvolvendo o projeto Desmatamento Evitado, que tem como objetivo incentivar e apoiar à conservação de áreas por meio da adoção por empresas interessadas em compensar suas emissões de gases de efeito estufa através da manutenção do estoque de carbono existente nas áreas de floresta nativa.
Atrações
O turismo de observação da fauna e flora local, o turismo de aventura através das práticas de rappel, caminhadas em trilhas ecológicas e rafting são os principais atrativos.
Entre o patrimônio natural inventariado no interior do Parque Nacional, destacam-se os de beleza cênica como o rio do Mato, cachoeiras e corredeiras dos rios Chapecó e Chapecozinho, ponto de encontro do rio do Mato com o rio Chapecozinho, lagos artificiais como o Poço Verde.
Há também quedas d’água como a do Vale da Onça e mirante, a Cascata dos Morcegos, corredeiras do rio do Mato que formam o Poço da Espuma, riacho e queda d’água Barra do Vau e trilhas como a Trilha Tapera das Flores, da Casa da Árvore, das Imbuias, do Morro Grande, e da Campina.
Aspectos naturais
No Parna, é possível encontrar a Araucaria angustifolia, espécie característica da Floresta Ombrófila Mista e popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro ou como Pinheiro-do-Paraná Há ainda diversas espécies que constam na lista oficial de ameaçadas de extinção, como o xaxim e a imbuia.
A araucária chega a viver até 700 anos, alcançando diâmetro de dois metros e altura de até 50 metros. A qualidade da madeira, leve e sem falhas, fez com que a araucária tivesse sido intensamente explorada, principalmente a partir do início do século XX.
Calcula-se que entre 1930 e 1990, cerca de 100 milhões de pinheiros tenham sido derrubados. Nas décadas de 1950 e 1960, a madeira de araucária figurou no topo da lista das exportações brasileiras. Atualmente a Floresta com Araucárias está à beira da extinção. Menos de 1% da área original guarda as características da floresta primitiva, ou seja, são áreas pouco ou nunca exploradas.
A rica biodiversidade no Parna das Araucárias é responsável pela manutenção da qualidade de importantes corpos hídricos da região, como os rios Chapecó, Chapecozinho, do Mato, e Caratuva.
Relevo e clima
O clima predominante na região é temperado chuvoso de ambiente úmido, com temperatura média anual inferior a 18 °C, e a média do mês mais quente compreendida entre 18°C e 22ºC.
O relevo do território catarinense na região oeste está localizada no Planalto Ocidental, o qual nessa região pode ser subdividido em Planalto dos Campos Gerais e Planalto Dissecado do Rio Iguaçu - Rio Uruguai, apresentando como características a presença de vales profundos e vertentes escalonadas em patamares.
Fauna e flora
Existe uma extensa lista de espécies da fauna de ocorrência da Floresta Ombrófila Mista que encontram-se atualmente ameaçadas pela redução de seu habitat natural. Animais como a gralha azul, o macuco, inambu, jacutinga, jacu, curicaca, surucuás, papagaio-charão, lontra, onça-parda, jaguatirica, cachorro-do-mato, quati, veados, capivara, tatu e pica-pau do campo.
A Floresta com Araucárias é responsável ainda pela manutenção de diversas espécies de flora que encontram-se ameaçadas de extinção e/ou que são raras, como a canela-amarela, tanheiro, canela-fogo, canela-burra, xaxim-mono, pimenteira, erva-mate, carne-de-vaca, peroba, entre outras.
Problemas e ameaças
No Parna existem atividades conflitantes como a caça, a captura de animais silvestres, a coleta desordenada de pinhão, o desmatamento, a lotação de gado em áreas de campo e no sub-bosque da floresta, trânsito de veículos automotores, rede de energia elétrica, agricultura, pecuária e empreendimentos hidrelétricos.
A presença de javalis, de animais domésticos abandonados, de áreas antropizadas, entre outras ações degradadoras, fazem com que ocorra a perda e fragmentação de habitats e comprometa a integridade biológica do Parna das Araucárias.
Em Santa Catarina, registros mostram que os raros remanescentes florestais nativos, com presença de araucárias, perfazem entre 1 e 2% da área original. Esta situação é agravada porque a floresta ainda sofre pela exploração ilegal da madeira e pela conversão da floresta em áreas agrícolas.
A região do Parna se insere numa área marcada por estabelecimentos agropecuários com tamanho entre 10 e 100 hectares, abrangendo 71,23% das propriedades em Ponte Serrada e 84,7% em Passos Maia. Além da criação de bovinos, foi detectada a criação de bubalinos (búfalos) na região do Parna, atividades que podem trazer impactos à flora e fauna nativas.
Fontes
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Dnn/Dnn10657.htm
http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/415/
Plano de Manejo, 2010: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/pm_parna_araucarias_1.pdf