Parque Estadual da Pedra Azul
Parque Estadual da Pedra Azul |
Esfera Administrativa: Estadual |
Estado: Espirito Santo |
Município: Domingos Martins |
Categoria: Parque |
Bioma: Mata Atlântica |
Área: 1240 hectáres |
Diploma legal de criação: Foi criado como Reserva Florestal pelo Decreto Lei nº 312 de 31 de outubro de 1960. A categoria de manejo foi posteriormente alterada para Parque Estadual por meio da Lei nº 4.503 de 03 de março de 1991. |
Coordenação regional / Vinculação: Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo - IEMA |
Contatos: Endereço: Rodovia Br 262, Km 0 - Jardim América - Cariacica/ES - CEP 29.140-500 E-mail: pepaz@iema.es.gov.br |
Índice
Localização
Contendo a área da Unidade propriamente dita estão os municípios de Domingo Martins e Vargem Alta, com Venda Nova do Imigrante e Alfredo Chaves como áreas adjacentes com rede de fragmentos florestais da região serrana do Espírito Santo.
Coordenadas geográficas: 20°23'57.72"S, 41° 1'28.84"O
Como chegar
De avião: O aeroporto mais próximo de Pedra Azul é o aeroporto de Vitória, na capital do Espírito Santo, também conhecido como Aeroporto Eurico Salles. Recebe vôos diários das principais capitais do país. Entre as principais companhias que operam no terminal aéreo estão a TAM, GOL e algumas companhias menores como Azul, TEAM e TRIP.
De ônibus: Águia Branca: 0800 725 1211. A viagem de Vitória leva cerca de duas horas, o custo da passagem está em torno de R$ 17,00.
De carro: O caminho mais comum é seguir pela BR-262 até o km 90. Do centro de Vitória até Pedra Azul a distância é de cerca de 100 km. Esse trecho da rodovia está com alguns buracos, mas nada alarmante em comparação com outras rodovias do país.
A distância de Domingos Martins (sede) – ES a Pedra Azul é de 46 km.
A distância do Rio de Janeiro – RJ a Pedra Azul é de 623 km.
A distância de Belo Horizonte – MG a Pedra Azul é de 436 km.
Explore: A melhor forma de conhecer Pedra Azul é de carro. As distâncias são grandes para ir a pé, e em alguns casos ir de um ponto ao outro exige uma caminhada pelas margens da BR-262, algo não muito seguro. De carro, do Parque Estadual até o Parque Selva Saciri, que estão em extremos opostos da região, o tempo gasto é de 20 minutos.
Ingressos
Situação da visitação: Aberto
Período: 01/01 a 31/12
Dias da semana: Segunda a Domingo
Horários: 08:30 a 17:00
Valor do ingresso: R$ 0,00
Portões de acesso: Rota do Lagarto
Onde ficar
A região do parque conta com diversos tipos de acomodações:
Pousada Peterle
Está localizada em Domingos Martins
- 95 km do Aeroporto de Vitória - Eurico de Aguiar Salles
- 83 km da Estação Rodoviária de Vitória
- 2 km do Parque Estadual da Pedra Azul
Com estilo rústico sofisticado e valor acessível, a pousada possui piscina para adultos e crianças. As acomodações podem apresentar lareira e hidromassagem. As comodidades incluem área para churrasco, sauna e sala de jogos. A propriedade oferece atividades esportivas como rapel, rafting e trilhas ecológicas. O acesso à internet Wi-Fi está disponível no local.
Aroso Paço Hotel
- 13 km da estação rodoviária
- 1,5 km do centro de Pedra Azul
Com estilo grego, o hotel possui piscina aquecida, restaurante gourmet, ofuro e salão de jogos.
Pousada Rabo do Lagarto
- 7 Km da vila de Pedra Azul
- 50 km do centro de Domingos Martins
Possui decoração campestre, um lugar aconchegante com toda beleza natural.
Pousada Pedra Azul
- 3,5 km de Pedra azul
- 30 km da estação rodoviária
- 10 km da Pedra Azul
Próxima ao parque florestal e conta com cachoeira e Buffet especial.
Hotel fazenda parque do China
É um estabelecimento 4 estrelas que conta com mini-fazenda e parque aquático, e teleférico .
Objetivos específicos da unidade
- Preservar a diversidade biológica e os ecossistemas naturais da Mata Atlântica que ocorrem na área;
- Proteger, conservar e propiciar pesquisas científicas, especialmente acerca da biodiversidade;
- Proteger espécies endêmicas, reduzindo seu manejo ao mínimo indispensável para garantir sua viabilidade ecológica;
- Proteger belezas cênicas, especialmente representadas pelo diápiro ganitóide de Pedra Azul, característica geológica marcante no Parque Estadual;
- Preservar as nascentes das bacias dos rios Jucu e Itapemirim, pela importância deste recurso natural para o Estado do Espírito Santo.
- Preservar os recursos da biota, com destaque para as áreas de interstício que integram o corredor ecológico entre o Parque Estadual da Pedra Azul e o Parque Estadual de Forno Grande e outras áreas contíguas com remanescentes florestais para manutenção da biodiversidade;
- Possibilitar atividades de recreação, sensibilização e educação ambiental difundindo os princípios de conservação da natureza e dos recursos histórico-culturais;
- Contribuir para o monitoramento ambiental, fornecendo parâmetros relativos a áreas naturais e outras áreas de uso diversos, em diferentes graus;
- Propiciar o entendimento do público acerca da importância, valor cênico e ambiental do Parque Estadual da Pedra Azul e, da necessidade de conservação deste patrimônio;
- Promover e incentivar atividades formais e informais de educação ambiental, com o intuito de fomentar a conservação da biodiversidade por intermédio da gestão participativa das áreas que integram a zona de amortecimento do Parque Estadual da Pedra Azul.
- Promover a recreação em contato com a natureza e o ecoturismo no Parque e entorno;
- Prover o Parque dos meios necessários e adequados para o funcionamento das atividades, compatibilizando o uso com a proteção do patrimônio natural;
- Apoiar o desenvolvimento de tecnologias alternativas em consonância com os preceitos de conservação da biodiversidade, planejamento da paisagem e formação de corredores ecológicos;
- Colaborar com o desenvolvimento regional integrado, através do turismo ecológico, dos projetos de desenvolvimento sustentável do entorno e de práticas conservacionistas de uso do solo nas propriedades do entorno;
- Desenvolver ações preservacionistas e conservacionistas no âmbito das bacias hidrográficas dos rios Jucu e Fruteiras.
Histórico
(Modificado a partir do Plano de Manejo do Parque Estadual da Pedra Azul)
Segundo entrevistas concedidas e discutidas no plano de manejo do parque, durante o período próximo ao ano 1949, o distrito de Aracê, na época ainda denominado "Pedreiras", e a maioria do percurso feito para chegar em muitos lugares do estado era feito em embarcações ou a cavalo. No espaço onde é o parque, boa parte era formada por terras devolutas as quais o possuidor não se interessava em regularizar alguma parte (alegando ser alta ou imprópria para cultivo) e ‘devolvia’ a terra para o Estado. Também desde aqueles anos houve intensa repressão a queimadas na região, devido ao perigo de vida corrido nos altos dos morros durante a medição das terras.
As tais terras "sem dono" acima descritas, passavam a ser um conjunto chamado ‘reserva’, não com alguma finalidade biológica, natural ou afim; mas sim, no sentido de ‘deixar como está’ para futuramente se planejar um destino possível, além da discussão da necessidade de se preservar aquela área como fonte de água potável, por conter as nascentes do Rio Jucu Braço Norte.
Devido ao grande assédio de caçadores e coletores de samambaias, orquídeas e bromélias, que possuem alto valor decorativo e comercial, os proprietários vizinhos da área passaram a fiscalizar e impedir essas irregularidades nas circunvizinhanças, por meio da Sociedade de Amigos de Pedreiras (SAP), cujo presidente era o Dr. Júlio de Oliveira Pinho, com outros nomes importantes da região para a criação do parque, como: Sr. Eliezer Batista; Rubens Landeiro e alguns compradores de terras que estavam se estabelecendo na região, como: Julio Pinho, Antonio da Silva Monteiro, Alvaro Aroso, Chafel Earl, Paul Voght, e outros; culminando em 1960 com criação da Reserva Florestal de Pedra Azul, a partir do Decreto Estadual N° 312, de 31 de outubro de 1960, que também declarou Forno Grande na mesma categoria de Reserva. Uma curiosidade da década de 60, é que nesta época existiam muitas pedreiras, como a COVAN S/A, que se instalaram nas proximidades de Pedra Azul, com o objetivo de fornecer brita para o recapeamento da BR-262. Os Amigos de Pedreira se posicionaram a favor da não demolição das pedras existentes, dentre elas a Pedra Azul, que poderia ter sido destruída nessa época se não fosse a pressão popular, e, por conseguinte, a não autorização da Prefeitura de Domingos Martins. Em 1984, foram incorporados à Reserva, 24 ha destinados à construção do centro de visitantes, em terras advindas das famílias Girard e Módulo.
O nome Pedra Azul foi escolhido para designar o parque devido, justamente, à cor verde-azulada do maciço rochoso de referência, coberta por musgos e liquens, cuja coloração muda conforme o horário em que recebe a luz do sol. Outro aspecto que a torna atraente é uma saliência com a aparência de um lagarto subindo a rocha. Por causa disso, ela é também conhecida como Pedra do Lagarto.
Atrações
Pedra Azul do Aracê é a região do município de Domingos Martins e da região serrana do Espírito Santo onde a exploração do turismo comum, do turismo ecológico e do agroturismo encontra-se em estágio mais avançado. Há casas de chá, restaurantes, lojas de artesanato e pontos onde se comercializam os produtos agrícolas de toda a região, notadamente os morangos.
O Pico Pedra Azul é um afloramento de gnaisse com 1822 m. A Pedra Azul muitas vezes adquire uma coloração azul, verde ou até amarela, graças aos líquens que crescem na pedra, sendo que esta muda de cor 31 vezes por dia, dependendo da incidência de luz solar.
Uma saliência em forma de lagarto que parece subir na Pedra Azul é outro detalhe que chama a atenção. O conjunto fica localizado do lado da Pedra das Flores, com 1909 m.
Os visitantes são acompanhados por monitores e as trilhas repletas de bromélias. A floresta é rica em tatus, gambás, araras, cachorros do mato, pacas e saguis de cara branca. Há espécimes ameaçados de extinção, como veado campeiro, ouriço preto, gato do mato, anta, macuco e o macaco da espécie mono carvoeiro.
A área total do Parque é de 1240 hectares, mas apenas 5% deles estão abertos à visitação através de quatro trilhas ecológicas guiadas:
a) a Trilha do Lagarto: com 480 metros: de lá é possível ver o Caparaó no estado de Minas Gerais e o Parque Estadual de Forno Grande.
b) a Trilha da Pedra Azul: com 945 metros: enquanto caminha pela trilha o visitante pode ter contato direto com maciço da Pedra Azul de 500 m de altura.
c) a Trilha das Piscinas: com 1250 metros; Obs.: Nessa não são recomendados nem crianças nem idosos: no topo encontram-se as piscinas naturais cavadas na pedra pela ação da água ao longo do tempo. É a trilha mais famosa, tanto pelo visual, quanto pela parte em que é preciso subir com auxílio de uma corda.
d) a Trilha do Pico da Pedra Azul: com 2500 metros (para aventureiros profissionais).
Todas elas partem do Centro de Apoio ao Visitante, localizado na base da Pedra. Até lá acrescente mais 800 metros de caminhada intensa desde a entrada do Parque.
São duas saídas diárias, de quarta a domingo: às 09:30 e às 13:30 (necessário o agendamento).
O passeio completo (a+b+c) só se faz pela manhã. À tarde, a caminhada até o mirante da Pedra (a) é excluída e você só faz os passeios b + c. Nesse período a posição do sol também é cruel com as suas fotos. O passeio c é o mais completo para os turistas “amadores” e leva até as piscinas naturais localizadas há 800 metros de altura, na junção da Pedra Azul com a das Flores. Para chegar às piscinas, é preciso fazer uma pequena escalada com o auxílio de uma corda afixada no local. Você caminha a 45 graus por aproximadamente 200 metros. A subida passa rente ao “lagarto” e rende paisagens impressionantes. Lá em cima, é possível banhar-se nas piscinas.
Aspectos naturais
Solo: Monzogranito, tonalito-granodiorito; tonalito-granodiorito-granito; sienogranito; diorito; zona de enclave.
Geologia: Dentre todas as unidades de conservação existentes no estado do Espírito Santo, o Parque Estadual da Pedra Azul, corresponde, certamente, àquela em que o atributo geológico é mais evidente, inclusive nomeando a própria unidade, além de se tornar o símbolo do próprio Parque. Contribui diretamente para isto a presença da própria Pedra Azul, à qual encontra-se fixada a Pedra do Lagarto.
Hidrologia: Com relação à bacia hidrográfica, a área de estudo representa a nascente de diversos cursos d'água de significativa importância no Estado, funcionando também como um importante divisor de águas entre estas bacias. Na porção sul da área tem-se as águas que drenam para formar o rio Benevente, na parte oeste encontram-se as nascentes que formam o rio Jucu Braço Norte; e, na porção nordeste tem-se os tributários e formadores do rio Jucu Braço Sul.
Vegetação: Têm como formação vegetal principal a Floresta Ombrófila Densa e, associadas a esta, outras comunidades vegetais satélites, conforme as diferentes pressões naturais ou artificiais, além de outras formações singulares na região como Campo Rupestre, Pastagem, Floresta de Borda de Mata, Mata Ciliar, Vegetação Rupícula de Afloramentos, Mata de Altitude e Área Alterada;
Relevo e clima
A região ao sul do rio Doce no estado do Espírito Santo, é de característica serrana de relevo acidentado que possui clima mais ameno. A exemplo o maciço de Pedra Azul, com altitudes acima de 1200 m, sendo a maior altitude do divisor de águas local, que é também fronteira política entre os municípios de Domingos Martins e Vargem Alta.
Nesta região, as matas são influenciadas pelo alto regime das chuvas. A temperatura do mês mais frio está, na média, entre 7,3 e 9,4ºC e a do mês mais quente, em média, entre 25,3 e 27,8ºC, podendo até atingir 0ºC nos meses de abril a setembro. Analisando dados observa-se que, entre 1974 e 1990, ocorreu um período muito chuvoso.
O resultado de intenso intemperismo através dos anos fez com que o relevo se tornasse arrasado. Na área interna da intrusão prevalece um relevo dominado por corpos graníticos elevados, com extensos e contínuos afloramentos de rocha fresca, separados por vales profundos, que se distribuem de forma radial a partir da área do parque, onde cursos d'agua formam corredeiras e cachoeiras, se devendo ao fato da existência de erosão diferencial.
O parque não apresenta planícies fluviais de grande porte, apenas algumas pequenas com acúmulo de sedimentos fluviais carreados a partir de áreas mais elevadas da região.
Fauna e flora
Flora:
As espécies das famílias Bromeliaceae, Orchidaceae e Velloziaceae são espécies que apresentam uma ocorrência significativa. Também conta com um conjunto de vegetação rupestre,(aquela que se desenvolve sobre as rochas), e floresta ombrófila altimontana. As principais espécies encontradas são orquídeas, bromélias, ingás, cedros, cássias, ipês, canjeranas, além de várias espécies de canela. Entre as de hábito herbáceo estão:antúrio,erva-picão,bromélia,cacto e capim meloso, as arbustivas,alecrim, chocalho,vassoura,aricanga e cambará,em menor quantidade estão as de habito arbóreo,canela,cedro,ingá, e Jussara.
Fauna:
- Anfíbios
Foram registradas 32 espécies de anfíbios distribuídos pelas famílias Brachycephalidae (Sapinho de ouro) (1), Bufonidae (Sapo) (1), Caeciliidae (Cobra cega) (1), Leptodactylidae (Rãs) (11), Hylidae (Pererecas) (18);
- Répteis
Foram registradas 31 espécies de répteis, sendo 19 espécies de serpentes distribuídas pelas famílias Colubridae (Serpentes) (16), Elapidae (Coral verdadeira) (1) e Viperidae (Cobras) (2), 11 espécies de lagartos distribuídos pelas famílias Tropiduridae (Calango) (1), Polychrotidae (Camaleão) (3), Gekkonidae (Taruira) (1), Gymnophtalmidae (Lagartinho; Lagarto cobra) (2), Teiidae (Teiú) (1), Scincidae (Lagarto-víbora) (1) e Anguidae (Lagarto coral, Cobra de vidro) (2);
- Avifauna
Entre dados primários e secundários (bibliografias e coleções ornitológicas), somam-se 180 espécies, distribuídas em 35 famílias, representando a lista geral das espécies atualmente conhecidas para o Parque Estadual da Pedra Azul. Desse total, 63 espécies (35%), pertencem ao grupo dos não-passeriformes e 117 (65%) ao de passeriformes. Entre as ordens de não-passeriformes, Trochilidae destaca-se como a família mais diversificada, com 10 espécies. Por sua vez, a família Emberezidae, com 34 espécies, destaca-se como a mais diversificada dentro da ordem Passeriformes. Entre as espécies registradas em campo pela equipe, aparecem, por exemplo, Nyctidromus albicollis (Curiango), Rhynoptinx clamator (Coruja-orelhuda), Pyriglena leucoptera (papa-taoca-do-sul), Anabazenops fuscus (trepador-coleira), Hylophilus poicilotis (verdinho-coroado), Basileuterus culicivorus (pula-pula) e Arremon semitorquatus (tico-tico-do-mato);
- Mastofauna
Foram coletadas 7 espécies da ordem Rodentia, sendo 1 pertencente à família Echimyidae: Trinomys iheringi e 6 à sub-família Sigmodontinae: Akodon cursor (rato-do-chão), Akodon serrensis, Thaptomys nigrita (rato-escuro-do-chão), Oligoryzomys nigripes (rato-do-mato), Delomys colinus e Oxymycterus hispidus e 4 espécies da família Didelphidae: Didelphis aurita (gambá-de-orelha-preta), Gracilinanus microtarsus (catita), Marmosops incanus e Philander frenatus, além de sete espécies de quirópteros. Foram registradas pegadas de 4 espécies de mamíferos de médio porte: Mazama sp., Cerdocyon thous (cachorro-do-mato), Leopardus tigrinus (gato-do-mato-pequeno) e Nasua nasua (quati) e 2 espécies de mamíferos de pequenos porte: Cavia sp. e 1 Didelphidae. Durante as revisões das armadilhas foram visualizadas, diretamente, 1 espécie de primata: Alouatta guariba (bugio) e 1 procionídeo: Nasua nasua. Foram registradas ainda, através de indícios indiretos, as espécies: Callicebus personatus (guigó) (vocalização) e Leopardus sp. (fezes);
Problemas e ameaças
Problemas e ameaças no Parque propriamente dito
Diversos impactos podem ser evidenciados:
- Fragmentação do hábitat, especialmente por desmatamentos para implantação de lavouras e pelo crescente avanço imobiliário; cabe destacar que a redução da área florestal da região configura - se como o principal impacto sobre a avifauna, pela perda do tamanho e qualidade de seu hábitat;
- Atividades de mineração, principalmente extração de pedras em áreas próximas;
- Barramento de riachos e canalização dos córregos para irrigação de lavouras;
- Uso indiscriminado de defensivos agrícolas, podendo afetar espécies do topo de cadeias alimentares, como gaviões e falcões, sendo, inclusive, elevado o número de casos de intoxicação por uso de defensivos agrícolas dos próprios agricultores;
- Retirada de espécimes vegetais nativos, a exemplo do palmito, com várias áreas vizinhas ao parque sendo invadidas por coletores ilegais, e das bromélias, para venda como planta ornamental; cada vez mais comum na região, esta atividade, além de provocar a perda de biodiversidade e beleza cênica, também acarreta drásticas alterações nas comunidades de anfíbios bromelícolas, que dependem dessas plantas para a sua sobrevivência;
- Prática da caça e captura de animais, especialmente de aves;
- Queimadas, podendo comprometer ainda mais a qualidade do hábitat das espécies;
- Uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras, dentre outras.
A visitação por turistas parece não constituir ameaça significativa, considerando que seu fluxo limita-se basicamente às trilhas próximas à sede, sendo, quase sempre, acompanhado de guarda-parques, associados a atividades de interpretação e educação ambiental.
Porém ainda há registros com relação a pressão sobre os recursos naturais na área do Parque, onde verifica-se a coleta de orquídeas e bromélias, caça de animais silvestres, e uso da água advinda do parque, pelas propriedades do entorno, para irrigação da agricultura, pelo método de aspersão e para a manutenção das piscinas existentes na região.
Problemas e ameaças nas regiões no entorno do Parque
Os principais problemas ambientais no Município de Domingos Martins relacionam-se à inexistência de tratamento de esgoto sanitário, cuja disposição final é realizada nos cursos d’água; dejetos da suinocultura, lançados nos riachos e córregos; controle de pragas, doenças e ervas invasoras dos cultivos, executados quase que exclusivamente com emprego de agrotóxicos aplicados em maior quantidade nas culturas de café e olericultura, ocasionando a poluição dos rios pela lixiviação e percolação; descarte indevido de embalagens de agrotóxicos e de resíduos da aspersão, dentre outros fatores.
Destacam-se também problemas ambientais em municípios vizinhos como o de Vargem Alta, estes problemas dizem respeito a atividades de desmatamento, queimadas, poluição dos rios e uso indiscriminado de agrotóxicos, especialmente nos cafezais. E, o de Venda Nova do Imigrante, onde são destacadas interferências relativas à destinação inadequada, principalmente do lixo, esgoto e dejetos de pocilgas, causando poluição dos rios. Com uso crescente e indiscriminado de agrotóxicos, têm sido registrados diversos casos de intoxicação crônica e aguda de trabalhadores rurais.
As atividades das propriedades rurais do entorno do parque não têm sido submetidas a processos de licenciamento ambiental, constatando-se a existência de desmatamentos e queimadas para plantio de agricultura, plantações em locais em desacordo com sua aptidão físico-ambiental e, com emprego de técnicas inadequadas, uso indiscriminado de agrotóxicos, vários pontos de captação de água, plantação de espécies exóticas à região e disposição de esgoto diretamente nos recursos hídricos.
Fontes
Plano de Manejo do Parque Estadual de Pedra Azul, disponível em: http://www.meioambiente.es.gov.br/default.asp?pagina=16711
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Estadual_da_Pedra_Azul
http://www.rotascapixabas.com/2010/08/08/o-parque-estadual-da-pedra-azul/
http://www.pedraazuldoarace.com.br
Este verbete esta sendo editado pela turma de Ciências Biológicas Bacharelado da Universidade Federal do Espírito Santo (CCA-UFES), como parte avaliativa da disciplina de Biologia da Conservação até a data: 24 de junho de 2015. Qualquer duvida entrar em contato pelos e-mails: a.l.batista94@gmail.com ou raquelsoaresm@hotmail.com