Mudanças entre as edições de "Parque Nacional da Serra do Itajaí"
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E-mail: parnaserradoitajai@icmbio.gov.br | E-mail: parnaserradoitajai@icmbio.gov.br | ||
− | + | ==Localização== | |
O Parque Nacional é um enclave de Mata Atlântica no nordeste de Santa Catarina e abrange os municípios de Apiúna, Ascurra, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indadial, Presidente Nerew e Vidal Ramos. | O Parque Nacional é um enclave de Mata Atlântica no nordeste de Santa Catarina e abrange os municípios de Apiúna, Ascurra, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indadial, Presidente Nerew e Vidal Ramos. | ||
− | + | ==Como chegar== | |
O acesso via aérea para Blumenau, onde está localizada a sede administrativa do parque: o aeroporto mais próximo é o da cidade de Navegantes, a 35 km. | O acesso via aérea para Blumenau, onde está localizada a sede administrativa do parque: o aeroporto mais próximo é o da cidade de Navegantes, a 35 km. | ||
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Os acessos rodoviários se dão principalmente a partir de Curitiba (SC-474, SC-413, BR 280, BR-101, BR-376) e de Florianópolis (BR-101, BR-470). | Os acessos rodoviários se dão principalmente a partir de Curitiba (SC-474, SC-413, BR 280, BR-101, BR-376) e de Florianópolis (BR-101, BR-470). | ||
− | + | ==Ingressos== | |
A visitação pública ao Parna é somente permitida entre 8h e 16h30 (de terça a domingo) mediante prévia autorização. | A visitação pública ao Parna é somente permitida entre 8h e 16h30 (de terça a domingo) mediante prévia autorização. | ||
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O Parque pode ser visitado o ano inteiro e a entrada é franca. | O Parque pode ser visitado o ano inteiro e a entrada é franca. | ||
− | + | ==Onde ficar== | |
O Parna não possui alojamentos para visitantes ou pousadas e não é permitido acampar dentro dos limites da UC. | O Parna não possui alojamentos para visitantes ou pousadas e não é permitido acampar dentro dos limites da UC. | ||
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É possível encontrar opções de acomodação no site: www.sc.gov.br/portalturismo. | É possível encontrar opções de acomodação no site: www.sc.gov.br/portalturismo. | ||
− | + | ==Objetivos específicos da unidade== | |
O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. | O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. | ||
− | + | ==Histórico== | |
O Parque Nacional foi criado em 2004 e protege cerca de 57 mil hectares de florestas, em sua maioria, em estágio avançado de regeneração preservando a maior área contínua de Mata Atlântica do estado. | O Parque Nacional foi criado em 2004 e protege cerca de 57 mil hectares de florestas, em sua maioria, em estágio avançado de regeneração preservando a maior área contínua de Mata Atlântica do estado. | ||
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Quando da chegada dos primeiros europeus, a partir de início do século XVI, o atual território catarinense era ocupado por três grupos indígenas principais: Carijó, que faziam parte de um grande grupo tupi-guarani ocupante do litoral não só catarinense como de grande parte do Brasil; Xokleng, ocupando basicamente o hábitat florestal, dos vales litorâneos e parte do planalto central e finalmente; Kaingang, mais para o Oeste, ocupando florestas com Araucárias e também os campos. Havia a ocorrência de populações Guarani ainda mais para oeste, habitantes que eram do atual território paraguaio e outras regiões. | Quando da chegada dos primeiros europeus, a partir de início do século XVI, o atual território catarinense era ocupado por três grupos indígenas principais: Carijó, que faziam parte de um grande grupo tupi-guarani ocupante do litoral não só catarinense como de grande parte do Brasil; Xokleng, ocupando basicamente o hábitat florestal, dos vales litorâneos e parte do planalto central e finalmente; Kaingang, mais para o Oeste, ocupando florestas com Araucárias e também os campos. Havia a ocorrência de populações Guarani ainda mais para oeste, habitantes que eram do atual território paraguaio e outras regiões. | ||
− | + | ==Atrações== | |
Alguns dos atrativos são os esportes de aventura – rafting, rapel, trekking, cicloturismo, voo livre, visitação de caverna, cavalgadas. | Alguns dos atrativos são os esportes de aventura – rafting, rapel, trekking, cicloturismo, voo livre, visitação de caverna, cavalgadas. | ||
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- da Chuva: de 3 horas de duração e percorre em 2,7 km o Ribeiro Garcia Pequeno com trechos íngremes. Neste trajeto, é possível avistar a árvore símbolo na região, a canela-preta. | - da Chuva: de 3 horas de duração e percorre em 2,7 km o Ribeiro Garcia Pequeno com trechos íngremes. Neste trajeto, é possível avistar a árvore símbolo na região, a canela-preta. | ||
− | + | ==Aspectos naturais== | |
Além da riqueza em biodiversidade, o Parna abriga cabeceiras de importantes cursos d’água, como o Ribeirão Encano e o Warnow que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. | Além da riqueza em biodiversidade, o Parna abriga cabeceiras de importantes cursos d’água, como o Ribeirão Encano e o Warnow que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. | ||
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A área onde o parque está inserido é considerada de extrema importância biológica para vários grupos (aves, peixes, anfíbios, invertebrados, flora). | A área onde o parque está inserido é considerada de extrema importância biológica para vários grupos (aves, peixes, anfíbios, invertebrados, flora). | ||
− | + | ==Relevo e clima== | |
O relevo é extremamente ondulado, coberto por exuberante floresta atlântica principalmente primária alterada pela exploração madeireira e florestas secundárias, pastagens e alguns reflorestamentos. | O relevo é extremamente ondulado, coberto por exuberante floresta atlântica principalmente primária alterada pela exploração madeireira e florestas secundárias, pastagens e alguns reflorestamentos. | ||
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O clima no estado de Santa Catarina caracteriza-se por subtropical úmido e as temperaturas médias variam de acordo com a região: na porção serrana do estado são registradas as temperaturas médias mais baixas. | O clima no estado de Santa Catarina caracteriza-se por subtropical úmido e as temperaturas médias variam de acordo com a região: na porção serrana do estado são registradas as temperaturas médias mais baixas. | ||
− | + | ==Fauna e flora== | |
A biodiversidade, objeto maior de proteção deste parque, é rica, com o registro de 357 espécies de árvores (47% das espécies ocorrentes em Santa Catarina), 220 espécies de aves (38% de todas as aves e 68 % das espécies terrestres do estado), 39 espécies de anfíbios e 56 de mamíferos | A biodiversidade, objeto maior de proteção deste parque, é rica, com o registro de 357 espécies de árvores (47% das espécies ocorrentes em Santa Catarina), 220 espécies de aves (38% de todas as aves e 68 % das espécies terrestres do estado), 39 espécies de anfíbios e 56 de mamíferos | ||
Na lista das espécies de ameaçadas que estão protegidas nesta UC, constam o papagaio-de-peito-roxo, gavião-pomba, papo-branco, gato-maracujá, maria-da-restinga e onça-parda. | Na lista das espécies de ameaçadas que estão protegidas nesta UC, constam o papagaio-de-peito-roxo, gavião-pomba, papo-branco, gato-maracujá, maria-da-restinga e onça-parda. | ||
− | + | ==Problemas e ameaças== | |
A Floresta Atlântica encontrada na região do Vale do Itajaí e a integridade de seus processos naturais foram bastante deterioradas, através da utilização de vegetação nativa para fins energéticos e também para práticas antrópicas no uso e ocupação do solo. | A Floresta Atlântica encontrada na região do Vale do Itajaí e a integridade de seus processos naturais foram bastante deterioradas, através da utilização de vegetação nativa para fins energéticos e também para práticas antrópicas no uso e ocupação do solo. | ||
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Já o município de Botuverá é o que se destaca em um crescimento bastante acentuado da indústria de mineração, principalmente na comercialização do calcário para corretivo de solo, e da industrialização da pedra calcária para fins comerciais. | Já o município de Botuverá é o que se destaca em um crescimento bastante acentuado da indústria de mineração, principalmente na comercialização do calcário para corretivo de solo, e da industrialização da pedra calcária para fins comerciais. | ||
− | + | ==Fontes== | |
http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/visite-as-unidades/731-parque-nacional-da-serra-do-itajai.html | http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/visite-as-unidades/731-parque-nacional-da-serra-do-itajai.html |
Edição das 16h49min de 9 de janeiro de 2014
Nome da Unidade: Parque Nacional da Serra do Itajaí
Bioma: Mata Atlântica
Área: 57.374 hectares
Diploma legal de criação: Decreto s/n° de 4 de junho de 2004 / Dec s/n° de 20 de fevereiro de 2006.
Coordenação regional / Vinculação: Parna federal, órgão gestor ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade)
Contatos:
Tel: (47) 3326-1527
Endereço sede: Rua Progresso, 167
Progresso, Blumenau, Santa Catarina
CEP: 89.026-201
E-mail: parnaserradoitajai@icmbio.gov.br
Índice
Localização
O Parque Nacional é um enclave de Mata Atlântica no nordeste de Santa Catarina e abrange os municípios de Apiúna, Ascurra, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indadial, Presidente Nerew e Vidal Ramos.
Como chegar
O acesso via aérea para Blumenau, onde está localizada a sede administrativa do parque: o aeroporto mais próximo é o da cidade de Navegantes, a 35 km.
Outros aeroportos próximos são Florianópolis (139 km), Joinville (102 Km) e Curitiba (226 km).
Os acessos rodoviários se dão principalmente a partir de Curitiba (SC-474, SC-413, BR 280, BR-101, BR-376) e de Florianópolis (BR-101, BR-470).
Ingressos
A visitação pública ao Parna é somente permitida entre 8h e 16h30 (de terça a domingo) mediante prévia autorização.
O Parque pode ser visitado o ano inteiro e a entrada é franca.
Onde ficar
O Parna não possui alojamentos para visitantes ou pousadas e não é permitido acampar dentro dos limites da UC.
É possível encontrar opções de acomodação no site: www.sc.gov.br/portalturismo.
Objetivos específicos da unidade
O Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
Histórico
O Parque Nacional foi criado em 2004 e protege cerca de 57 mil hectares de florestas, em sua maioria, em estágio avançado de regeneração preservando a maior área contínua de Mata Atlântica do estado. A região ficou conhecida como o Vale Europeu e famosa pelas festas típicas alemãs e italianas.
Os primeiros humanos que ocuparam a região do Parque Nacional da Serra do Itajaí foram os ameríndios, provavelmente há pouco mais de cinco mil anos. É provável que nesse local tenham causado impactos ambientais, ainda que ínfimos se comparados com os impactos dos europeus, principalmente sobre a fauna cinegética, com provável extinção de algumas espécies.
Quando da chegada dos primeiros europeus, a partir de início do século XVI, o atual território catarinense era ocupado por três grupos indígenas principais: Carijó, que faziam parte de um grande grupo tupi-guarani ocupante do litoral não só catarinense como de grande parte do Brasil; Xokleng, ocupando basicamente o hábitat florestal, dos vales litorâneos e parte do planalto central e finalmente; Kaingang, mais para o Oeste, ocupando florestas com Araucárias e também os campos. Havia a ocorrência de populações Guarani ainda mais para oeste, habitantes que eram do atual território paraguaio e outras regiões.
Atrações
Alguns dos atrativos são os esportes de aventura – rafting, rapel, trekking, cicloturismo, voo livre, visitação de caverna, cavalgadas.
Os atrativos estão recebendo estruturas de apoio à visitação. A principal área de uso público é o Setor Nascentes. Seu acesso se dá pelo bairro Progresso, na cidade de Blumenau. Lá existem duas trilhas:
- do Morro do Sapo: tem uma extensão de 4 km, considerada de alta dificuldade e tem duração de 4 horas de caminhada. O percurso passa por dois mirantes instalados a 800 metros de altitude.
- da Chuva: de 3 horas de duração e percorre em 2,7 km o Ribeiro Garcia Pequeno com trechos íngremes. Neste trajeto, é possível avistar a árvore símbolo na região, a canela-preta.
Aspectos naturais
Além da riqueza em biodiversidade, o Parna abriga cabeceiras de importantes cursos d’água, como o Ribeirão Encano e o Warnow que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí.
A UC representa 0,05 % da área total original do bioma Mata Atlântica no Brasil e 0,55 % da área remanescente de Mata Atlântica. É um dos três grandes fragmentos florestais ainda existentes em Santa Catarina, se situando geograficamente entre o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ao sul e a região de São Bento do Sul – Serra da Dona Francisca ao norte. A área do Parna representa 2,5 % dos remanescentes de Floresta Atlântica de Santa Catarina, além de se tratar da segunda maior Unidade de Conservação de Proteção Integral Federal do bioma no sul do Brasil.
A área onde o parque está inserido é considerada de extrema importância biológica para vários grupos (aves, peixes, anfíbios, invertebrados, flora).
Relevo e clima
O relevo é extremamente ondulado, coberto por exuberante floresta atlântica principalmente primária alterada pela exploração madeireira e florestas secundárias, pastagens e alguns reflorestamentos.
Esta área é o berço das nascentes que podem abastecer cerca de 500 mil pessoas. A atual configuração da bacia do Itajaí é o resultado de um processo que remonta mais de 2,7 bilhões de anos.
O relevo da bacia hidrográfica do Itajaí é caracterizado pelas ramificações serranas transversais a Serra do Itajaí, um divisor de água do Vale do Itajaí Açu e o Vale do Itajaí-mirim. As altitudes variam de 400 a 1200 metros, por isto são comuns as ocorrências de inúmeras nascentes e quedas d’água.
O clima no estado de Santa Catarina caracteriza-se por subtropical úmido e as temperaturas médias variam de acordo com a região: na porção serrana do estado são registradas as temperaturas médias mais baixas.
Fauna e flora
A biodiversidade, objeto maior de proteção deste parque, é rica, com o registro de 357 espécies de árvores (47% das espécies ocorrentes em Santa Catarina), 220 espécies de aves (38% de todas as aves e 68 % das espécies terrestres do estado), 39 espécies de anfíbios e 56 de mamíferos Na lista das espécies de ameaçadas que estão protegidas nesta UC, constam o papagaio-de-peito-roxo, gavião-pomba, papo-branco, gato-maracujá, maria-da-restinga e onça-parda.
Problemas e ameaças
A Floresta Atlântica encontrada na região do Vale do Itajaí e a integridade de seus processos naturais foram bastante deterioradas, através da utilização de vegetação nativa para fins energéticos e também para práticas antrópicas no uso e ocupação do solo.
Atualmente, uma das formas de uso e ocupação do solo na região do Parque refere-se a lavouras permanentes e temporárias. Os principais produtos das culturas permanentes da região são banana, laranja, uva e tangerina. A produção é voltada tanto para subsistência das famílias como para venda no comércio local.
A fumicultura é forte e pratica intensamente em Santa Catarina. Um dos grandes impactos negativos do plantio do tabaco passa pelo uso do brometo de metila, agrotóxico consumido em larga escala no controle de ervas daninhas, doenças e pragas nos canteiros de fumo. Com esta prática, também ocorre a contaminação ambiental através da degradação do solo, dos recursos hídricos.
A plantação de eucalipto também é feita em larga escala e é realizada para o abastecimento do setor têxtil, tinturarias, indústrias de móveis da região e fornecer lenha às estufas de fumo localizadas.
Foram ainda evidenciados indícios da existência de caça e extração ilegal de palmito.
Já o município de Botuverá é o que se destaca em um crescimento bastante acentuado da indústria de mineração, principalmente na comercialização do calcário para corretivo de solo, e da industrialização da pedra calcária para fins comerciais.
Fontes
Decreto criação: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Dnn/Dnn10203.htm
http://observatorio.wwf.org.br/unidades/cadastro/352/
Plano de Manejo, 2009: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/pn_serra_do_itaja%C3%AD.pdf